Monday, December 25, 2006

HIPOCRISIA NATALICIA

Mais uma vez, chegou Dezembro.
É outra vez Natal.
Desde meados de Novembro, as ruas iluminadas
denunciam o espírito natalício.
Durante o resto do ano, as pessoas mal se falam.
Simplesmente tropeçam umas nas outras.
Muitas parecem ficar ofendidas, quando alguém
lhes dirige a palavra.
“Boa Tarde, ou obrigado, já não existe no vocabulário de muita gente.
Mas, chegado o Natal tudo muda.
Não se sabe muito bem porquê, nesta altura as pessoas são assaltadas
pela bondade e generosidade.
No resto do ano, ninguém liga aos sem-abrigo, chegando mesmo a
ignora-los, como se fossem apenas pedras da calçada.
Mas, felizmente ou, infelizmente, em Dezembro, no Natal,
toda a gente tem compaixão dos pobrezinhos.
«Feliz Natal, e um prospero Ano Novo» abundam nas bocas das pessoas.
As pessoas participam mais abundantemente em campanhas de solidariedade.
Não critico essas atitudes, só lamento que isso não aconteça no resto do ano.
Seria muito bom que o espírito natalício e essa generosidade extrema se
prolongasse por muito mais tempo.
Talvez assim não parecesse hipocrisia.

Monday, December 18, 2006

REFLECTINDO

Para povos sofridos
Atrás de muralhas
No meio de muitas muralhas
Originado por batalhas
E alguns metralhas
Deixando mulheres e crianças sem pão
E um futuro sem solução?
Que Natal estes povos terão?

Monday, December 04, 2006

O GRITO DAS VERDAES MUDAS

O "axadresado" Paulo Jorge, a Magna Editora
e a Iranima, convidam Vossas EXs: amigos e
visitantespara sessões de autografos do livro
O GRITO DAS VERDADES MUDAS e outros
a decorrer nos dias 8, 9 das 15h ás 17h e
domingo das 17h ás 18h na FIL
(Parque das NaçõeS) "NATALIS".
A entrada na FIL tem um preço simbólico de 1€.
De salientar que 10% das receitas revertem a
favorda Associação "Nós Com Dificiencia
Rumo Á Cidadania".Faça de um livro um
presente de Natal, e ajude que mais precisa.
Um pequeno gesto de cada um de nós pode
mudar a vidade quem mais precisa,
principalmente dos deficientes, para que a
dignidade humana seja sempre preservada e
esteja acima de qualquer deficiencia.
A deficiencia tem ao longos dos tempos sido
esquecida e ignorada pelos sucessivos Governos
deficientes, não deficientes.

Tuesday, November 07, 2006

....PASSAGEIROS....

....................................uma noite no escuro
uma estção iluminada
um candeiro apagado
um passageiro no comboio
num trem de vidas, que passa
mais um ser que roda
no viver desta vidraça
um comboio que leva
passageiros do trem, da vida
tanta vida leva o comboio
tão fugaz e tão sentida
um passageiro e um comboio
e uma ponte passada
cansado no rio, vencidas
pontes da vida andadas...................................

Thursday, October 26, 2006

...INCERTEZA...

Há momentos em que o desespero é tao grande que deixamos de conseguir fazer seja o que for, a não ser flutuar ao longo dos dias.
Vemos na nossa frente a repetiçao dos nossos erros, como se a vida se encarregasse de nos bater, e voltar a bater, e trazer-nos de volta todos os fantasmas e medos.
Seja pela falta de dinheiro, de amor, de realizaçao pessoal, seja pelo sentimento de injustiça, ou solidão, ou tão-somente porque de repente olhamos para o que fizemos até hoje e descobrimos que nada foi como deveria ser ou, como projectamos.
E, contudo, trabalhamos arduamente, fomos e somos correctos uns para os outros, demos o nosso melhor.

Mas, quando nos projectamos demasiado sobre a vida arriscamo-nos apenas a ver aquilo que queremos ver, e não aquilo que que a vida nos dá.
É por isso que nos encaminhamos e nos cansamos facilmente com aquilo que o quotidiano nos oferece.

Por isso hade haver sempre quem se queixe que a rosa tem espinhos.
Mas, hade haver sempre quem se alegre porque os espinhos têm rosas.

Tuesday, October 10, 2006

NATUREZA DA MORTE

A morte chega cedo…
Pois, breve é toda a vida…
O instante é o arremedo…
De uma coisa perdida…

O amor foi começado
Mas, o ideal não acabou
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou

E a tudo isto a morte
Risca por não estar certo
No caderno da sorte
Que a Natureza deixou aberto……

Friday, September 22, 2006

O GRITO DAS VERDADES MUDAS

O Axadresado e a Magna Editora vem por este meio convidar vossa EXs: para o lançamento da obra "O GRITO DAS VERDADES MUDAS"

LANÇAMENTO DE LIVRO No Sábado, dia 30 de Setembro de 2006, terá lugar o lançamento do livro “O grito das verdades mudas”, no Museu da Cidade de Lisboa, no Campo Grande. O autor, Paulo Jorge , nasceu em Braga, ao décimo dia de Janeiro, decorria o ano de 1977, e foi aí que viveu até aos seus 12 anos. Após essa idade deu início à viagem que é a sua vida. E viagem é a palavra certa para descrever essa vida. De Braga foi para o Porto, aos 16 anos seguiu para Lisboa e aos 18 o destino foi a Alemanha. Daí estabeleceu ponte para toda a Europa e alguns países da Ásia, como o Iraque. Dos 18 aos 26 anos conheceu toda a Europa onde teve a possibilidade de conhecer as realidades políticas, sociais e religiosas dos mais diversificados países. Aos 26 anos voltou a Portugal e sentiu a necessidade de intervir, escolhendo a escrita como forma de apaziguar essa necessidade de alertar para as injustiças a que assistia. É dessa necessidade, aliada aos conhecimentos adquiridos através da convivência com povos de dispares culturas, que resulta esta primeira obra do autor. ler mais


MAGNA EDITA FRANCESCA LAMBRUSCCO A obra de Francesca Lambruscco será editada em Portugal pela Magna Editora. Francesca Lambruscco nasceu no dia 10 de Abril no ano de 1976 na província de Modena, em Itália. Filha de pai italiano e mãe portuguesa. Desde muito nova cultivou o gosto pelas línguas, escrevendo e falando fluentemente italiano, português e francês, tornando-se esta última uma grande paixão. ler mais

Sunday, July 30, 2006

ROSTO NU

Rosto sem dono,
Pássaro vadio,
Olhos de corno negros de chorar,
Pálido e sereno, como o anoitecer,
Olhos pesados esperando o luar,
Rosto nu, frio e sem cor,
Toque quente de uma mão, que teima em chegar,
Pássaro sem asas, esperando voar,
Boca seca de tanto esperar………….

Tuesday, July 25, 2006

PÁGINAS BRANCAS

Mal olhamos as paginas brancas,
os nossos pensamentos reagem todos,
nenhum até hoje triunfou,
para que possamos vomita-los,
do sentimento á palavra,
para este mundo,
coisas irreais,
de palavras inventadas.........

Monday, July 17, 2006

LAGRIMA INVISIVEL

Talvez o seu corpo astral esteja ferido.
E se chorar cair-lhe-á dos olhos uma lágrima invisível
porque o corpo é o leito onde dormimos
permanentemente até ao momento de sabermos
que estamos sempre abertos para a cegueira irreal,
a única verdadeira.
E se o deslumbramento cessa, cessa o canto."

Sunday, July 09, 2006

FANTASIA

Passeio pelas zonas mais escondidas...
arregaço os escuros da alma,
incendeio todos os véus que encobrem a minha vida vazia,
faço um vendaval com a aparente calma e, só encontro fantasia....

Sigo, corro em volta dos medos,
calo a boca da ignorância
vibro no grito descomunal
que soa pela eternidade,

Vou por esse caminho meio que sem destino,
sem pressa de chegar e,
querendo jamais voltar
para a minha realidade...

Thursday, June 15, 2006

DE OLHOS FECHADOS

Fechamos os olhos para não ver
Tamanha monstruosidade chamada de humanidade
Que no processo de evolução, é um elo perdido

Fechamos os olhos, com medo dos projécteis
Pequenos como formigas inócuas
Que devoram civilizações, para saciar sua cupidez
Estupidez humana, sagacidade

Fechamos os olhos para não sermos devorados pelos olhos da lei
Com tantas palavras bonitas, que afinal, nada dizem

Fechamos os olhos para caminhar por entre as ruas mortas
Que nas cidades são habitadas por seres mais baixos que os ratos….
E entre esgotos e palácios….

Fechamos os olhos e vemos o mundo imundo que tocamos
Bactérias e humanos, há algo perdido?

Fechamos os olhos para não ver esse amor destrutivo
Que corrói as almas, de nobres sórdidos

Chamados poetas…….

Thursday, May 25, 2006

ESTENDE.......

...Se tens uma boa situação.....
...Não estendas só a mão....
...A quem tem posição....
...Estende a mão....
...A qualquer cidadão....
...Porque a vida é uma bola....
...que não pára de girar....
...E nunca se sabe onde vai parar....

Friday, May 12, 2006

...É LISBOA...

É Lisboa, é qualquer cidade…
Se tivessem também estas árvores enormes ocultando fachadas…
Quase a invadir o interior pelas janelas…
A rasgar, subsolos de raízes ocultadas pelo cimento…
A abrir espaços, são prédios, tijolos, que estruturam a vida….
São corpos que latem, como devem fazer as árvores,
desde o seu coração, misterioso.
É o espaço de dentro e de fora,,,,
É se quiserem, a vontade de romper alguma coisa…

Sunday, May 07, 2006

MELANCOLIA

Fechas os olhos para ouvir, depois abres para sentir…
…vais devagar, devagar, devagar…
É preciso sentir!...
É preciso ter calma para integrar!...
Páras, ouves e retomas o movimento lento…
A teu tempo…
Mastigas sem pressa a informação, “pe na tchón, carapinha na céu”
Entras na noite, onde te sentes e alucinas….
Sentes a vibração que te diz: VOLTA!.....
E saltas de um grito para a vida!
Enterras-te com medo na terra, queres ser planta; arvore….
Ou talvez, um jardim!.....

Wednesday, April 26, 2006

ABRIL

Abril, espaço de liberdade e verdade.
Abril mes de Porugal em flor.
Calou-se a imposição, cada um mostrou o coração.
Tenhamos sempre presente, Abril em recordação.
Façamos de Abril, verdadeira saudação.
Cantemos-lhe em cada instante.
Nunca esqueçamos que Abril, foi de facto, a doação,
de uma autentica liberdade, que se tornou,
e tem de continuar a ser realidade.
25 de Abril SEMPRE.
Fascismo NUNCA MAIS!

Sunday, April 23, 2006

CLAREZA

…dou comigo a dançar o momento deslizando o mesmo momento da criação de uma nota musical…
… aparece esta luminosidade oscilante entre o caos…
… sigo um insecto voador numa selva de informação densa, os cheiros, os buracos no chão, as texturas, as cores, as redes de impossibilidades, o vento, a respiração, a temperatura, as descargas de adrenalina…
… comprime-se a íris, paro, avanço, recuo, entro e deixo entrar…
… quando saio avanço noutro espaço e o espaço avança…
… cria-se outra clareza, entro porque está criada a possibilidade de entrar...
… o insecto voador torna-se mais amplo desde que não vou atrás dele…

Sunday, April 16, 2006

NUVENS

As nuvens desceram sobre a cidade,
Caminhei nelas flutuando,
Numa imensidão de felicidade,
Este caminhar é tudo,
Este flutuar em carinhos,
Em poesia,
Em ternura,
Em verdade,
Uns sentimentos sentidos e,
Guardados,
Gerados no mais intimo dos seres,
Uma poesia dentro da poesia,
Tem um nome,
Juntarei as palavras e encontralo-ei.

Wednesday, April 12, 2006

BAILAR

Si cuando apierto la lengua y si cuando no respiros.
Si quando nos miramos y es de verdad.
Mi gusta bailar solo, pero mi gusta más bailar contigo.
Nuestros cuerpos reposando juntos entendiéndose,
Escuchándose, cumplices.
Aquí están mis pies, confia en ellos que me sujetan
a mi y a tí libres de los huesos encontrando su proprio lugar.
Quando la sangre y el oxigénio llega a todas partes.
Poder viajar por todo mi coerpo, mimándolo y
disfrutándolo hoy es mi hombro.
Hoy es mi piel.
Hoy es mi pelvís.

Sunday, April 09, 2006

HISTORIAS

Historias que se viram, que se leram, que se sonharam.
Historias que contam a muiteza da origem da vida, do ambiente, do gosto, que se multiplicam por outras, que se leram, sonharam, viveream….
Contar historias apela á imaginação, permite ao ouvinte o seu proprio imaginario, o seu mais belo põr-do-sol.
Cada vez que se conta uma historia, anoitece.
Aparece furtivamente um céu estrelado e uma luz branca sobre o alpendre
por cima da cabeça dos ouvintes.
Contar uma historia……

Thursday, April 06, 2006

A SENHORA QUE ANDAVA.........

A senhora que andava sobre os calcanhares dos pés girava.
A senhora que andava sobre os calcanhares dos pés, tinha-los afastados, num ângulo de trezentos e sessenta graus.
Espiralava para pendurar roupa no estendal, a senhora que andava sobre os calcanhares dos pés, num fio que nunca mais acabava,
até nas sugestões verbais.
Rumores diziam que acelerava, para continuar a colocar as molas bem presas, a senhora que andava sobre os calcanhares dos pés. E caía.
Diziam os outros que comiam de olhos fechados, enquanto a senhora andava sobre os calcanhares dos pés, feijão, feijão aquece tudo.
Não, menos as pontas dos pés.
O ar ficava denso, quando passava o vento deixado pela senhora que andava sobre os calcanhares dos pés.
Depois lá se sentou numa almofada, para continuar, a senhora
que andava sobre os calcanhares
dos pés…….

Sunday, February 05, 2006

DOMINGO Á TARDE

Tantos lugares dentro de mim.
É infinito.
Movimento que encontra movimento.
Procurar.
Quando paro de procurar, encontro.
Não tentes fazer, faz!
Ouvir o corpo.
Percepcionar o corpo, no espaço.
Continuidade porque eu sou, tudo aquilo que sou.
Estar todo inteiro, no espaço, no mundo e na vida.
Tudo é corpo e corpo é tudo.
Pelo menos é o que ele me tem dito, ultimamante.
E é infinito, abertura, estar, momento...
E, cada vez, mais duvidas!
Oiço uma voz...
O que te move?
Arriscar?
Errar?
Ir?
Mas, nunca deixar de acreditar, nas possibilidades...

Monday, January 23, 2006

DESPOVOAMENTO

Quando alguém morre, a população entra em vigília, pelo respeito aos mortos e pela amizade aos vivos, companheiros de anos de pedestrar nesta vida do lado de cá.
O abandono pelos seus, pelas duas gerações que os sucederam e que também eles se foram embora, uma a reboque da outra.
A perda de um deles, não se confina aos que lhes são chegados por família.
É perda colectiva, é mais um vazio nas suas vidas já tão esvaziadas de objectivos e alegrias.
Anciãos, trôpegos, quase todos, pelos forçados descuidos do trabalho sem tréguas, parecem ainda mais velhos do que são.
Lá se vão arrastando pelas ruas do povoado, num ruído surdo de bengalas gastas, em triste convergência para a pequena igreja onde os leva a obrigação e o respeito.
É lá que começa a despedida ao finado, cumprindo-se o respeitável ritual do desfilar de memórias e de sentimentos, ao longo de toda a noite, em alternância com grandes e eloquentes silêncios, até que o dia chegue.
É lá que prossegue o ciclo imparável do despovoamento.
As flores acumulam-se, compradas com o pouco de quem nada tem.

O meu dia virá.
Espero não ter medo.
Espero que quando venha, possa dizer:
A minha vida foi boa.
Pode a morte vir!

Saturday, January 21, 2006

CAMINHO ANDULANTE

No sombrio banco de pedra,
Esperava ansiosamente,
Que a poeira de uma vida,
Lhe esbafejasse algo.
Talvez tenha medo.
Talvez sorria e diga:
O meu dia foi bom,
Pode a noite descer.

Sunday, January 15, 2006

HINO AO AMOR

SE AMAR FOSSE FACIL
TODOS OS ANIMAIS O SENTIRIAM.
MAS NÃO!
SÓ ESSE SER SUPERIOR
DESIGNADO HOMEM O SENTE.
BELO SENTIMENTO, QUANDO VIVIDO A DOIS.
QUANDO É VIVIDO UNICAMENTE É TRISTE,
DOLOROSO, SEM RAZÃO PARA EXISTIR.
POR VEZES NEM VEMOS
QUE A FELICIDADE NOS BATE Á PORTA.
E NÃO ABRIMOS, POR ESTARMOS PRESOS AO PASSADO.
SERÁ QUE MAIS TARDE NOS ARREPENDEMOS?
OU CONTINUAMOS A ACHAR QUE SÓ FAZEMOS ESCOLHAS ERRADAS!