Thursday, July 02, 2009

.............REFUGIOS...................

Sôfrego acordar que por entre as frinchas do primeiro olhar
Me impinge os raios opacos da realidade
Á janela amontoa-se as vozes dos transeuntes
Numa miríade de imprecações matutinas.
São o timbre clandestino do meu quotidiano.
Saio para as ruas fastidiosas,
Saturadas de odores mirabolantes.
São labirintos de ínvias esquinas de olhares vagos,
Compelidos a existirem.
Amalgamas mortiças de rostos increpados pela vida,
Que buscam avidamente um qualquer subterfúgio
Para não se escravizarem á mais vulgar resignação humana.
Tentam escapar á inefável infelicidade
Do mundo em que vivem
E sabem-no…………
Os sonhos que outrora acalentavam,
Mirraram como dissidentes soís
Afogados num horizonte de relógios parados
E eu fujo
Fujo antes que o meu relógio pare.
Quando as cidades dormem
Despidas de brados e esgares do homem,
Encontro o meu refúgio
É quando me deito no regrado papel
E escrevo…………………..

(Duarte Temtem)